OFICINAS DE ROBÓTICA E LABORATÓRIO DE
INFORMÁTICA EDUCATIVA
Estela Maris Sander[1]
Nas oficinas de Robótica Educacional, Escola
de Tempo Integral, tem acontecido aulas com planejamentos pedagógicos
realizados em parceria com a coordenação pedagógica, a professora do
Laboratório de Informática Educativa e o professor regente de Robótica, considerando
a necessidade de realizar aulas criativas, na perspectiva sociointeracionista,
tendo como base atividades de leitura, pesquisa, raciocínio lógico,
programação, construção prática de protótipos e uso de outros aplicativos
buscando estabelecer relações acerca dos conhecimentos sobre tecnologia. Os
objetivos destas aulas caracterizadas pela docência compartilhada são:
apresentar, através dos recursos disponíveis no LIE, situações motivacionais
para o estudo de Robótica, estimular a pesquisa, seleção de imagens e vídeos
com informações sobre o assunto, favorecendo o acesso às informações
conceituais com o uso das tecnologias de maneira a permitir aos educandos a
construção do conceito de robótica e as contribuições desta tecnologia para as
diversas áreas de atuação humana: medicina, engenharias, comunicação, mercado
financeiro, indústria, esporte e educação. Destacamos como ponto positivo destas
aulas, em relação aos estudantes, o uso de diferentes espaços e o laboratório
de informática, o qual aproxima o conhecimento teórico sobre tecnologia com o
seu uso prático de maneira interativa, favorecendo ao desenvolvimento de
habilidades e competências variadas como o posicionamento crítico através do
diálogo e o exercício prático de trabalhar e interagir em pequenos grupos. E,
em relação aos professores, a possibilidade de exercitar o planejamento pedagógico
interdisciplinar em equipe com reorganização dos tempos e espaços escolas,
ampliando o conceito de território educativo.
Palavras-chave: planejamento,
interação, pesquisa, criatividade e tecnologia.
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho
constitui-se num registro da experiência pedagógica apresentada pelos
professores da Escola Municipal de Ensino Fundamental Engº Mansueto Serafini no
Seminário Municipal de Educação denominado Conversações Pedagógicas – 3ª Edição
no Eixo Temático, Docência Compartilhada/ Reorganização de
Tempos e Espaços Escolares, organizado pela Secretaria Municipal de Educação de
Caxias do Sul, na categoria Pôster, com
o intuito de compartilhar as constatações positivas relacionadas à atuação
docente pelos professores da Oficina de Robótica Educacional e Laboratório de
Informática Educativa em parceria com a coordenação pedagógica dos anos finais
no turno da tarde em 2015.
Em dois mil e onze, a
escola iniciou experiência com Oficinas de Robótica Educacional através do Programa
Mais Educação do MEC, o qual atendia
estudantes em turno contrário com oficinas pedagógicas e recreativas a fim de
ofertar a ampliação do tempo de permanência dos mesmos em espaço escolar.
O
aprendizado significativo realizado pelos professores e educandos envolvidos no
que se refere à construção de conceitos indispensáveis ao estudo das
tecnologias e seu uso como aliado no desenvolvimento de aprendizagens,
habilidades e competências relacionadas às diversas áreas do conhecimento
motivou a escola a incluir em sua Matriz Curricular a Oficina de Robótica em
2014, quando a instituição passou a atender seus estudantes em Turno Integral.
Desta forma, qualificando seu currículo escolar e oportunizando uma forma de
reestruturação do mesmo de maneira que oferecesse aos seus educandos um espaço
educativo criativo, interdisciplinar, atraente e voltado às possibilidades de
uso mais ousado das tecnologias em sala de aula.
Os
planejamentos pedagógicos das aulas tornaram-se difíceis e desafiadores,
considerando o desconhecimento dos professores sobre o tema, o pouco acervo
existente de materiais e os relatos de experiências significativas encontrados
sobre o assunto, teoricamente distantes do nível exigido para principiantes no
estudo de Robótica.
Em pesquisas na Internet, foi possível
encontrar textos em nível técnico superior com resultados de pesquisas
bibliográficas do conhecimento científico ou vídeos com experiências isoladas
sobre o trabalho com a temática em sala de aula, ou ainda registros de
pesquisas já realizadas ou protótipos em fase de experimentação e/ou construção
em vários países do mundo, muito distantes da realidade educacional brasileira,
ainda na fase de explorar montagens com blocos lógicos ou protótipos
industrializados em série.
Foi
necessário investir nos conhecimentos relacionados às teorias de construção do
conhecimento pedagógico existente e metodologias de trabalho criativo com
enfoques interacionistas para viabilizar a sua efetivação nas práticas
cotidianas de sala de aula, de maneira a explorar as contribuições tecnológicas
para a educação e estimular as aprendizagens cognitivas e socioafetivas.
Com
o intuito de contribuir com a construção de estratégias para encaminhar
planejamentos pedagógicos significativos aos estudantes, a coordenação pedagógica
passou a estimular o exercício de práticas de docência compartilhada entre o
professor regente e o professor referência do Laboratório de Informática
Educativa da escola, desta forma construindo parceiras educativas para ambos e
facilitando a reorganização dos tempos e espaços escolares com os recursos
humanos e materiais disponíveis, pois não havia ninguém na escola e nem tão
pouco na Rede Municipal de Ensino com especialização acadêmica em Robótica Educacional.
O
exercício da profissão contribuindo para a formação profissional permanente dos
docentes que aceitaram o desafio de construir-se efetivamente no fazer pedagógico
diário, através dos planejamentos e práticas cooperativas.
2. DESENVOLVIMENTO
A
caminhada pedagógica alinhavada pelos docentes da escola representa apenas o
início de um trabalho que precisa ser fomentado e motivado pela coordenação
pedagógica considerando as dificuldades enfrentadas e a pouca valorização da
temática pelos demais profissionais que ainda não possuem a real dimensão da
importância de realizar um trabalho sistematizado em Robótica Educacional pelo
desconhecimento das contribuições que este projeto educacional pode construir
para o desenvolvimento das aprendizagens dos estudantes, construção da
autoestima e desenvolvimento tecnológico da educação e do país em longo prazo,
se planejado e encarado como possibilidade de estímulo à criatividade e
motivação para aprendizagens imediatas, pois as dificuldades encontradas
estimulam os questionamentos e as buscas com
colegas e professores, e, futuras
como realização de cursos profissionalizantes e visão de construção científica
do conhecimento estimulada nos diferentes espaços escolares do Ensino
Fundamental.
As transformações econômicas, sociais e
políticas ocorridas nas últimas décadas mudaram profundamente as relações das
pessoas com o conhecimento e atuação profissional, estimuladas pelo avanço
acelerado das TICS–Tecnologias da Informação e Comunicação impulsionando
consequentes mudanças na educação. Dentre estas alterações observa-se um perfil
de estudantes diferentes: questionador, ativo e que não se contenta somente com
uma metodologia de aula centrada no livro didático, quadro, giz e explicações
dos professores.
Os educandos de nosso tempo exigem a
competência criativa diária dos docentes. Os usos dos recursos tecnológicos na
sala de aula se fazem presentes como um aliado dos mesmos para dinamizarem suas
práticas e potencializar as aprendizagens através do uso de várias mídias.
Assim, a internet agiliza as
informações e favorece o acesso a programas, aplicativos, planilhas, games e
outras possibilidades que auxiliam no desenvolvimento das capacidades
cognitivas das crianças e adolescentes. Nesta ótica, o trabalho com Robótica
oportuniza um espaço inovador para explorar as ferramentas da informática de
maneira diferenciada aliadas ao advento do conhecimento cada vez mais acelerado
no mundo globalizado em que vivemos.
Os planejamentos para as aulas de robótica
contribuem em muito para o desenvolvimento das relações interpessoais, pois nas
técnicas de diferentes formações de grupos oportunizam aos educandos interagir
com os demais para a troca de ideias e conhecimentos e na própria organização
com o uso dos materiais disponíveis, pois a escola não possui um computador ou tablet para cada estudante.
Por
outro lado, os KITS de Robótica – Laboratório de Educação Tecnológica herdados
do Programa Mais Educação – MEC,
adquiridos com seus recursos, os quais estão no acervo pedagógico da escola
para serem utilizados por pequenos grupos. No Laboratório de Informática
Educativa, o uso dos computadores acontece em duplas considerando o número de
máquinas disponíveis. A utilização destes
kits possibilita a democratização do acesso dos estudantes de escolas públicas
a estas tecnologias, os quais não possuem recursos financeiros para comprar
estes materiais, deixando de ser um privilégio apenas para educandos das
escolas particulares.
O
trabalho com o conceito em questão contribui para mudar o modelo de ensino
centrado apenas no conhecimento e na autoridade do educador. Quando os
estudantes, interagem estabelecendo relações entre aquilo que já sabem com
aquilo que o colega disse, bem como, com as orientações do professor nos
momentos em que trabalham com aplicativos ou na montagem dos protótipos
seguindo o manual de orientações do fabricante, têm em suas mãos a
possibilidade de opinar, decidir, problematizar questionando os colegas sobre o
uso dos materiais adequados ou atitudes inadequadas estão exercitando a
autoridade compartilhada entre professores, estudantes e o conhecimento
formalmente sistematizado, de maneira simples e até sem a noção deste processo
dialógico.
O
Manual Didático Pedagógico do Laboratório de Educação Tecnológica- BRINK
Robótica, adquirido pela escola cita a relação entre robótica pedagógica e as
transformações decorrentes para a educação de um modo geral:
A
robótica- um conceito que surgiu na Antiguidade, mas que só foi nomeado no
século 20- assimilou nas últimas décadas uma aplicação jamais sondada pelos
filmes da ficção científica: a educação.
A nova corrente da robótica pedagógica adentra
o século 21 com a promessa de consolidar, enfim, uma transformação da vida
escolar há anos sonhada pelos teóricos contemporâneos da educação.
Lúdica,
transdisciplinar e desafiadora, a construção de robôs na escola convida
professores e alunos a ensinar/ aprender/descobrir/inventar em processos
coletivos, capazes de conectar abstração e mundo concreto. (Solek, 2010, p.6)
Nas oficinas de Robótica Educacional, as quais
se constituem parte integrante da Matriz Curricular na realidade da Escola de
Tempo Integral, tem acontecido aulas com planejamentos pedagógicos realizados
em parceria com a professora do Laboratório de Informática Educativa e o
professor de Robótica considerando a necessidade de realizar aulas com
planejamentos criativos na perspectiva sociointeracionista em conjunto com a
coordenadora pedagógica dos Anos Finais do Ensino Fundamental, tendo como base
atividades de leitura, pesquisa, programação e construção prática de protótipos
e uso de outros aplicativos buscando estabelecer relações acerca dos
conhecimentos sobre tecnologia e suas contribuições para as diversas áreas de
atuação profissional humana, reduzindo riscos para o homem, diminuindo custos e
qualificando serviços que variam desde a realização de um exame clínico, a
construção de um edifício ou realização de um espetáculo cósmico, para
exemplificar.
Todos
estes conhecimentos discutidos e pesquisados em sala de aula ampliam o foco de
discussão sobre o uso das tecnologias, tornando-as mais atrativas e
contribuindo para a construção de um currículo vivo, significativo e sensível
ao seu tempo histórico presente com visão de futuro. Também, coloca os estudantes como centro do
currículo, reconhecendo-os como sujeitos inventivos, participativos,
cooperativos e produtores do conhecimento na medida em que são estimulados a
emitirem opiniões e participarem do processo de organização e reorganização de
conceitos.
Do ponto
de vista relacional do conhecimento formal sistematizado e da construção
cognitiva e socioafetiva, pode-se afirmar que nas oficinas de Robótica, os
sujeitos estão exercitando os pilares da educação, “definidos no Relatório
Delors (UNESCO): aprender a ser, aprender a conviver, aprender a conhecer e
aprender a fazer.” (MEC, 2014)
O Manual Operacional de Educação Integral do Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2014, referencial pedagógico norteador para o trabalho das escolas ampliando as possibilidades de aprendizado dos estudantes em Robótica Educacional sinaliza as possibilidades e objetivos gerais para o trabalho de sala de aula na perspectiva da formação integral dos educandos com a seguinte redação:
O Manual Operacional de Educação Integral do Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2014, referencial pedagógico norteador para o trabalho das escolas ampliando as possibilidades de aprendizado dos estudantes em Robótica Educacional sinaliza as possibilidades e objetivos gerais para o trabalho de sala de aula na perspectiva da formação integral dos educandos com a seguinte redação:
Objetiva
preparar os estudantes para montar mecanismos robotizados simples baseados na
utilização de “kits de montagem”, possibilitando o desenvolvimento de
habilidades em montagem e programação de robôs. Proporciona um ambiente de
aprendizagem criativo e lúdico, em contato com o mundo tecnológico, colocando
em prática, conceitos teóricos a partir de uma situação interativa,
interdisciplinar e integrada. Permite uma diversidade de abordagens pedagógicas
em projetos que desenvolvam habilidades e competências por meio da lógica,
blocos lógicos, noção espacial, teoria de controle de sistema de computação,
pensamento matemático, sistemas eletrônicos, mecânica, automação, sistema de
aquisição de dados, ecologia, trabalhos em grupos, organização e planejamento
de projetos. (MEC, 2014, p.10)
Os
objetivos destas aulas caracterizadas pela docência compartilhada são:
apresentar, através dos recursos
disponíveis no LIE, situações
motivacionais para o estudo de Robótica, estimular a pesquisa, seleção
de imagens e vídeos com
informações sobre o assunto, favorecendo o acesso às informações conceituais com o uso das tecnologias de
maneira a permitir aos alunos a construção
do conceito de robótica e as contribuições
desta tecnologia para as diversas áreas de atuação humana: saúde,
engenharia, comunicação, sistema financeiro, esporte, educação, comércio e indústria
e outras.
Além do
planejamento pedagógico com o diferencial metodológico da docência
compartilhada, a exploração de diferentes espaços educativos facilitam
comportamentos que contribuem para a formação de hábitos e atitudes
disciplinares com as pessoas e com o uso organizado do espaço e dos materiais
disponíveis para cada aula. As oficinas
ocupam salas de aula, salas de vídeo, biblioteca, LIE, salão da escola para
testar a montagem dos projetos e os recursos oferecidos pelo território
educativo como visitas às empresas que usufruem de processos robotizados
permitindo aos educandos diferenciar robótica educacional e robótica industrial.
Numa linguagem coloquial: as coisas que podem ser construídas na escola e as
coisas que podem ser construídas numa indústria, pois as condições são
diferentes, porém ambas com significativa importância.
As habilidades descritas
nos Referenciais da Educação da Rede Municipal
de Ensino de Caxias do Sul, Caderno 3, elencados principalmente nos
componentes curriculares: Ciências da Natureza e História são um referencial teórico de grande valia para os docentes que atuam
nas oficinas de Robótica, cujas habilidades podem ser exploradas paralelamente
às atividades desenvolvidas ao longo do ano, considerando a necessidade de
construção da aprendizagem deste
conceito estar alicerçada no tripé: oralidade, escrita e experimentação concreta.
Segue algumas habilidades selecionadas pelos professores envolvidos:
-Reconhecer e inter-relacionar, de forma correta, o
legado científico dos egípcios para a sociedade atual;
-Compreender, de forma adequada, os fatores sociais, políticos,
econômicos e religiosos da Revolução Industrial e seu significado histórico;
-Analisar os fatores que permitiram o pioneirismo industrial inglês;
-Refletir sobre as consequências sociais da Revolução Indústria
(condições de trabalho e de vida
e exploração dos trabalhadores);
-Compreender as teorias sociais e econômicas que surgiram no contexto
da Revolução Industrial como o liberalismo econômico e o socialismo;
-Diferenciar as principais etapas da produção de mercadorias
(artesanal, manufatureira e mecanizada);
-Comparara diversidade das formas de produção do mundo atual
inter-relacionados com as do século XVIII;
-Distinguir, comparar e compreender os conceitos de manufatura e
maquinofatura;
-Compreender as mudanças no cotidiano das pessoas com a mudança do
trabalho do campo para a fábrica;
-Identificar, reconhecer e localizar, de forma correta a Segunda
Revolução Industrial, analisando suas características;
-Identificar e descrever as novas tecnologias, o aumento da capacidade
produtiva das indústrias e o aprimoramento das formas de industrialização;
-Reconhecer o predomínio do mundo industrializado sobre as demais áreas
do planeta;
-Apontar, de forma pertinente, alternativas naturais e tecnológicas
para a preservação do meio ambiente;
- Registrar adequadamente informações sobre danos ambientais provocados
pelo consumismo de objetos descartáveis e/ou desperdício de matérias-primas. (SMED-
Caxias do Sul, 2010)
Os professores destacam a visitação realizada
por todos os estudantes dos Anos Finais no Evento
Mecatrônica - 2015, no qual assistiram palestra com vídeo institucional,
presenciaram a organização dos setores, conheceram equipamentos e puderam
manusear algumas máquinas com a orientação dos educadores da instituição,
conforme fotos anexadas a este artigo. Também, foram informados sobre os cursos
técnicos oferecidos no educandário e as parcerias sociais e econômicas, as
quais permitem o funcionamento dos projetos realizados.
Em
robótica educacional, o trabalho constante com o conhecimento e sua adequação a
cada etapa do trabalho realizado permite a transcendência das relações
interativas, pois permita aos envolvidos detectar problemas, dialogarem para
construírem estratégias a fim de resolverem as dificuldades apresentadas e,
caso não aconteça o esperado, reiniciar todo o processo avaliando tomadas de
decisões e opiniões dos colegas, preferencialmente com respeito às normas de
convivência do grupo nos diferentes espaços e às orientações iniciais dos
professores.
Os planejamentos
realizados para sala de aula envolveram os seguintes conceitos/tópicos do
conhecimento: programação / a
programação presente no dia a dia através do uso das tecnologias (eletrodomésticos,
celulares, tablets, vídeo games, aplicativos, jogos virtuais e outros);
eletricidade/ energia solar e eólica; tecnologias/ trabalho/cidadania/ relação
de poder; revolução industrial/ automação/ geração de empregos/ mão de obra
qualificada; capitalismo/ consumismo/ reciclagem; trabalho em equipe.
O papel
do professor nas aulas de Robótica, além de conceber todos os estudantes como
seres aprendentes com capacidades singulares e diferenciadas, é mediar,
coordenar junto aos sujeitos a busca pelo conhecimento, as aprendizagens e os
princípios de convivência para que todos possam atuar nos trabalhos grupais de
maneira positiva através de distribuição de tarefas, usufruindo dos materiais
disponíveis e dos equipamentos de informática disponíveis.
Numa
linguagem pedagógica objetiva, podemos dizer que Robótica Educacional é
sinônimo de criatividade, desafio, conhecimento científico sistematizado, uso
das tecnologias da comunicação, uso da informática, montagem e construção de
protótipos com projeto de educação tecnológica e programação dos mesmos.
Trabalhar com Robótica permite estabelecer links interdisciplinares com
conceitos das mais variadas áreas do conhecimento explorando filmes, vídeos
demonstrativos de protótipos no you tube e pesquisas na internet.
3. CONCLUSÃO
Analisando
a caminhada pela escola e o foco pedagógico de 2015 em Robótica, destacamos
como pontos positivos destas aulas, em relação aos estudantes, o uso de diferentes espaços, principalmente o
laboratório de informática, o qual facilitou a mobilidade e a aproximação do conhecimento teórico sobre tecnologia com o seu uso prático de maneira cooperativa e
interativa entre educandos e, também, dos educadores e destes entre si,
favorecendo ao desenvolvimento de
habilidades variadas como a leitura de imagens, o raciocínio lógico, a pesquisa
de vídeos e textos diversificados, o posicionamento
crítico através do diálogo com
seus pares e o exercício prático
de trabalhar e interagir em
pequenos grupos no cotidiano escolar.
Em relação aos professores, a possibilidade de
exercitar o planejamento pedagógico interdisciplinar em
equipe, estabelecendo as relações cognitivas e conceituais indispensáveis para
coordenar um trabalho prático de construção do conhecimento podem ser
considerados os aspectos mais relevantes.
Num outro
enfoque, considerando que os profissionais que trabalham com Robótica possuem
formação docente em áreas diferentes do conhecimento, esta habilidade diversa
permite a integração dos conhecimentos tecnológicos com links interdisciplinares diversos dependendo do conjunto de
conhecimentos que cada profissional possui do componente curricular em que atua.
Em História, por exemplo, permite estabelecer relações como a Revolução
Industrial e suas consequências para a organização mundial do trabalho e a
criação de novos empregos e/ou extinção de outros em função dos avanços da
Robótica na Indústria. O professor de Ciências da Natureza poderá abordar com
maior facilidade o uso da Robótica nos tratamentos de saúde, como realização de
exames e processos cirúrgicos facilitando o exercício da Medicina e o bem estar
das pessoas melhorando a sua qualidade de vida em tratamentos prolongados. O professor de Arte poderá usufruir do
conceito em questão para explorar o trabalho em grupo na construção de
protótipos com sucatas ou no trabalho com desenhos de projetos criativos de
brinquedos ou aparelhos eletrônicos. O professor de Língua Inglesa poderá
explorar o uso do vocabulário presente em games, aplicativos ou programas de
informática presente no dia a dia das pessoas. Em Língua Portuguesa, os
docentes poderão explorar os conhecimentos pesquisados para elaboração de relatórios
ou produção de slides que demonstrem criativamente com efeitos especiais as
informações significativas através de imagens selecionadas em pesquisas
digitais. Em Matemática, poderá ser trabalhado os conceitos matemáticos como
ângulos, medidas e graus necessários em noções de programação. Em Educação
Física, a possibilidade de realizar danças com movimentos robotizados
favorecendo as práticas corporais recreativas, a pesquisa de próteses robóticas
que auxiliam os movimentos humanos em pessoas com comprometimento físico ou
deficiências melhorando a qualidade de vida ou outras possibilidades dependendo
da criatividade de cada profissional.
O
exercício docente compartilhado em Robótica Educacional se tornou duplamente
desafiador e inovador por permitir o trabalho com um conceito pouco explorado e
uma metodologia profissional ainda, raramente utilizada pelos educadores nos
Anos Finais do Ensino Fundamental, mais comumente utilizada nos Anos Iniciais,
a qual facilita a pesquisa e desacomoda o profissional empenhado em trabalhar
com a construção do conhecimento criativo e cooperativo em sala de aula.
Conhecimento,
pesquisa, interação, uso das tecnologias com criatividade e planejamento
interdisciplinar orientado constituem-se num referencial teórico norteador do
ponto de vista do conhecimento tecnológico e didático para o sucesso com o
trabalho docente em Robótica Educacional no ambiente escolar explorando todos
os espaços disponíveis na estrutura institucional.
Trabalhar
com Robótica Educacional estando aberto para o conhecimento, as vivências
humanas e a quebra de paradigmas cristalizados da formação pedagógica
tradicional constituem-se num espaço ímpar de formação profissional continuada
e satisfação pessoal para qualquer educador, independente da área de formação
acadêmica, que se sinta disposto a ser feliz trabalhando no cotidiano escolar
com os estudantes e colegas de trabalho.
Por
outro lado, para que o trabalho pedagógico com Robótica Educacional consolide
um papel inovador em educação é necessário um investimento humano especializado
em assessoria pedagógica e administrativa em parceria com as universidades
locais, o qual integre os diferentes saberes e instrumentalize os docentes na
área de informática e, de um modo geral, na construção de projetos coletivos,
para que suas práticas não se constituam em experiências isoladas e os
estudantes sintam-se estimulados e orientados para continuarem inventivos em
todas as áreas do conhecimento/componentes curriculares como consequência dum
processo realizado de maneira organizada e sistemática.
4. ANEXO:
5. REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Manual Operacional de Educação Integral.
Brasília, 2014, p.6. Disponível em http://portal.gov.br/dmdocuments_educ_integral.pdf.
Acessado
em março, 2016.
CAXIAS DO SUL. RS. Secretaria Municipal da Educação. Referenciais da Educação da Rede Municipal
de Caxias do Sul – Caderno 3. Caxias do Sul, 2010.
COLL, C. Aprendizagem escolar e construção do
conhecimento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola
na era da informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
PAPERT, Seymour. Logo, computadores e educação. São
Paulo: Brasiliense, 1985.
SOLEK, José Rosni et al.
Coleção Brink Robótica- Laboratório de Educação
Tecnológica – Roteiro Exploratório. Curitiba, 2010, p.10.
[1]Estela Maris
Sander. Redatora do Artigo; Formação
em Magistério, Letras, e Especialização em Psicopedagogia Escolar, na função de
Coordenação Pedagógica na E.M. E. F. ENGº Mansueto Serafini.estelamsander@gmail.com
*Regina Cansan. Interlocutora do Projeto; Formação em Magistério, Letras, e
Especialização em Psicopedagogia Escolar e Informática Educativa, na função de
professora do Laboratório de Informática Educativa na E. M. E. F. ENGº Mansueto
Serafini. rgncansan83@gmail.com
*Renan Fernando Guizzo. Interlocutor do Projeto; Formação em
História e Especialização em História Regional na função de professor de
Robótica na E.M. E. F. ENGº Mansueto Serafini. renanede@terra.com.br
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